sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Ai,ai,ai...(parte 1)

Leitores do blog (se é que ainda há algum,já que eu abandonei por um tempo..rs) ,peço desculpas por minha ausência de postagens.Esse período da faculdade tá bem puxado.
Hoje gostaria de refletir sobre os capítulos 5 e 6 de Isaías. Sei que este texto é muito trabalhado, talvez você até já conheça a reflexão que vou fazer,mas de toda forma considero pertinente pensarmos nesse texto.
No capítulo 5, a partir do verso 8, vemos os "Ais contra os perversos".
Acho que não é preciso esmiuiçar o significado do "Ai",porém para ficar didaticamente correto,vamos lá:esses Ais dão idéia de reprovação, maldição. Quando dizemos: "Ai de mim",queremos dizer "Pobre de mim,coitado de mim".
Isaías habitava no mundo, no mesmo mundo em que vivemos,cheio de perversão. Em alguns aspectos o mundo contemporâneo difere bastante do mundo do século VIII a.C., porém em muitos outros nada mudou. E em cada um desses "Ais" percebemos características bastante atuais.

Nos versos 8-10 temos o primeiro Ai. Isaías se refere aos homens ganaciosos, que se preocupam em juntar terras e mais terras para si. Temos hoje,a exemplo disso, as marcas do capitalismo, que Marx poderia explicar muito melhor que eu. O capitalismo exarcebado é uma das causas da perversão do mundo atual,e me parece que do mundo de Isaías também. Não pretendo entrar numa discussão sobre capitalismo X socialismo,até porque esse espaço seria inesgotável para esse tema, e também não é minha intenção discutir profundamente política aqui. Essa associação foi somente pra,mais uma vez,como a Bíblia é inesgotável e atualíssima.

O segundo Ai aparece nos versos 11-17. Os bêbados são mencionados, e as consequências de seu constante "estado alcoólico" para os que os cercam e são "adminstrados".É impressionante como a Palavra de Deus sempre advertiu sobre os perigos dos vícios e as pessoas não atentam para este mal. O resultado disso todos já sabem: relacionamentos familiares destruídos. Para o inimigo,nada melhor do que destruir a "célula matre" da sociedade,não é?

Ah..já o terceiro Ai...como está presente no meio evangélico!
"Senhor,eu declaro,eu determino!!
Ué...o Senhor não fez como eu declarei?
O senhor(sic) não é de nada não,é?"
Os versos 18 e 19 falam sobre aqueles que determinam que Deus deva fazer, que desafiam o Senhor a se manifestar. Em relação a esses...
"Quem ontem era servo agora acha-se Senhor
E diz a Deus como Ele tem que ser..."
(Música "O Evangelho", Grupo Logos)

No verso 20 há referência às pessoas que andam tão perdidas, que acabam misturando coisas totalmente distintas. O que me dizem do "misticismo gospel" que vemos hoje?
- sabonete,toalhinha e outros objetos ungidos.
-campanhas de corredor de sal grosso,rosa ungida,e outras práticas macumbalísticas cristianizadas(nossa,de onde tirei essa palavra?)
-não sei como anteontem não foi o dia da besta,já que era 9/9/9, ou para alguns 666 invertido...
-etc,etc,etc...
Só para frisar:esse verso se refere a quem está perdido, sem discernimento,e termina por confundir as coisas,e não a quem faz tais práticas conscientemente, e até como automarketing para promover sua marca a preço do que for, inclusive da ignorância(no sentido de não saber) dos que compram suas idéias.E como compram...

Já o verso 21 trata do quinto Ai.
Esse Ai fala das pessoas que confiam em sua sabedoria, em seus conceitos formulados baseados na lógica humana. Porém, como já coloquei no texto sobre a cura de Naamã, a lógica humana,por vezes está distante da lógica divina.

O sexto e último Ai volta a falar do segundo,sobre os bêbados. Me coloquei a pensar porque Isaías menciona mais uma vez os bêbados. Eles são mais pecadores ou mais importantes que os outros? Certamente que não. Creio que aqui a abordagem é diferenciada porque ele começa falando sobre os "heróis para beber vinho e valentes para misturar bebida forte".Qual a imagem que lhe vem à mente com essa descrição? À minha,vem a imagem de vários caras,daqueles fortões, que tinham poder de alguma forma, provavelmente por terem vencido alguma guerra (minha viagem na maionese). Quando esses caras vinham,para sua terra de origem, da guerra, ou até mesmo ficavam no local que dominaram através da guerra, eles se tornavam "OS CARAS",mandavam e desmandavam, tinha poder para dar e para tirar. E assim o faziam. No meio de suas bebedeiras só negociavam mediante o suborno de quem tinha para subornar, e os que não tinham...justiça negada! Essa cena, modificando talvez os trajes de guerra para ternos, modificando o cenário de batalha para o de um churrasquinho com futebol, me lembra tanto Brasília...eita realidade social que nunca muda! O mundo pervertido dos "Ais" permanece,parece que, imutável!

E termina assim: os valores pervertidos sempre dominaram o mundo, e estão aí,em toda a atmosfera da sociedade.
Era minha intenção terminar esse texto bonitinho,trabalhando também o capítulo 6, mas conforme fui escrevendo vi o quanto essa realidade atemporal deve ser pensada.Além do mais,cansei de escrever. Outro dia coloco o "The end" desejado (será que ele existe?)


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